.png)
Ano 2 | Maio de 2025
Passeio no Alto das Cabeças
Mapa ilustrado por Catarina Rangel

Clique na imagem para ampliar e passear
Mesmo enquanto a reabertura da Igreja do Bom Jesus não acontece, ainda há muito para se ver no Alto das Cabeças, a antigo caminho de entrada de Vila Rica. Os moradores costumam contar que o nome do bairro, "Cabeças", teria sido inspirado em algumas histórias que sugerem que existiu, ali, uma forca para executar os criminosos e intimidar os visitantes mal-intencionados.
Hoje, o acesso mais frequente ao bairro é pela Rua Alvarenga, referência ao nome do poeta inconfidente Inácio José Alvarenga Peixoto, antigo morador da região. O trajeto começa na Ponte do Rosário, feita de pedra em arco romano, um monumento citado nos versos de “Marília de Dirceu”, de Tomás António Gonzaga, outro poeta inconfidente.
No caminho, à direita, avista-se o casarão erguido por Henrique Dumont, pai de Alberto Santos Dumont. A mãe do inventor, Dona Francisca de Paula Santos, era de tradicional família ouro-pretana. Pouco acima do imponente sobrado
fica a pequena Capela do Bom Jesus da Pedra Fria, parada obrigatória dos fiéis durante o jubileu do Bom Jesus das Cabeças, em setembro.
Mais à frente, sempre à direita, uma agradável área de lazer com cerca de 8 mil metros, uma praça arborizada, com anfiteatro, parquinho e um mirante de onde se tem uma belíssima vista para várias igrejas históricas e, também, para o Pico do Itacolomi, que guiou os bandeirantes nas trilhas do ouro.
Pouco acima da Praça das Cabeças, um charmoso chafariz e, no final da subida, alcança-se uma antiga cruz de cantaria. Depois do cruzeiro de pedra, um conjunto de residências geminadas, e assim chegamos à Igreja do Bom Jesus de Matosinhos e São Miguel e Almas. Bem ao lado do templo, fica o Colégio Arquidiocesano, uma grandiosa construção neocolonial da década de 1930.
Dali pra frente, a Rua Alvarenga segue plana até uma grande coluna de pedra sobre um pedestal protegido por lajes, o "Chafariz da Coluna". Pouco adiante, fica o casarão onde morou o romancista e poeta Bernardo Guimarães, e é no sobrado do ilustre escritor, autor de “A Escrava Isaura”, que o nosso passeio chega ao fim.
