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Laura Godoy – Jornalista ouro-pretana ganha destaque ao decifrar mistério de Orson Welles
Revista Mundaréu, 17 de junho de 2025
Laura Godoy em Los Angeles - Foto: Ana Franca

Laura Godoy é produtora, documentarista ouro-pretana, adepta de uma das mais nobres áreas do jornalismo: o investigativo. Depois de 14 anos de incansáveis pesquisas, viagens e cruzamento de arquivos nacionais e internacionais, ela encontrou aquilo que parecia improvável: as filmagens perdidas da passagem de Orson Welles (1915 -1985) pela cidade histórica mineira, registradas durante a Semana Santa de 1942.

A descoberta, que já repercute na imprensa internacional, foi tema de reportagens na BBC e no G1. Laura, amiga da Revista Mundaréu, revelou pra gente, com naturalidade e afeto, como essa história ganhou corpo:

“Saiu essa matéria ontem, nem estava esperando que ia dar essa repercussão toda. Tem 14 anos que estou pesquisando isso, junto com meu pai, sabe? É uma coisa que a gente gosta, os mistérios de Ouro Preto. Mas esse aí me pegou de jeito, essa visita de Orson Welles. Consegui, por meio de um edital, em 2018, visitar Los Angeles para mapear imagens. E agora, recentemente, tive acesso a outras imagens que foram feitas em Ouro Preto. Está superdifícil porque é uma negociação muito dura, são imagens da Paramount. Não sei se vou conseguir usá-las, mas eu estou batalhando muito para isso. Ganhei também o edital da Ancine, que foi muito importante para conseguir produzir esse documentário que estou montando com o João Dumas, filho do fotógrafo Dimas Guedes. Então, é tudo ouro-pretano envolvido nessa história. Torçam pra gente, para dar certo.”

Pelo visto, já deu certo, e a paciência e a persistência profissional da jornalista certamente serão coroadas, em breve, com muito mais sucesso.


 

Welles no Brasil

Em 1942, o cineasta norte-americano veio ao Brasil a pedido do presidente Roosevelt para realizar um filme de propaganda sobre o país. Passou por cidades como Fortaleza, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Itabirito. Ouro Preto, até então, era um ponto nebuloso no roteiro.

Foi quando Laura, junto ao pai, Victor Godoy, decidiu assumir a investigação como um caso de vida. Visitou arquivos nos EUA, percorreu hemerotecas, buscou depoimentos, disputou editais e estabeleceu parcerias internacionais com profissionais como o pesquisador Josafá Veloso e a consultora Catherine Benamou. Até que, nos arquivos da Universidade da Califórnia (UCLA), encontrou imagens em película colorida, preservadas e de valor incalculável.

E o documentário Welles na Terra do Silêncio, de Laura Godoy, com lançamento previsto para 2026, é um projeto que irá reposicionar Ouro Preto no mapa histórico do cinema mundial.

O jovem Welles na rádio

Façanhas do cineasta norte-americano

Orson Welles é um lenda! Em 1941, com apenas 25 anos, lançou Cidadão Kane, um filme que mudaria o rumo do cinema moderno. Com narrativas não lineares, enquadramentos ousados e inovações técnicas que ainda hoje inspiram gerações, Welles cravou seu nome entre os mestres da sétima arte logo na estreia.

Antes disso, em 1938, quando comandava um programa de rádio, ele resolveu adaptar o romance A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells, e o fez de forma tão real que muita gente, nos Estados Unidos, achou que o planeta estava realmente sendo invadido por alienígenas. Houve pânico geral! Essa foi uma das maiores viradas da história da comunicação, e revelou um talento raro: Welles sabia criar mundos e manipular o tempo. Era um contador de histórias como poucos.

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