Nos dias 25 e 26 de novembro, foram realizadas ações educativas na região rural dos municípios que compõem a Rota Turística Jaguara: Itabirito, Ouro Preto e Rio Acima. As atividades, conduzidas de forma espontânea, presencial e gratuita, apresentaram às crianças da pré-escola e do ensino fundamental temas relacionados à literatura, às manifestações da cultura popular e à importância do patrimônio imaterial.

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Foram contemplados os alunos da Escola Municipal de Acuruí (Itabirito), da Escola Municipal Henrique Lage (Rio Acima) e da Escola Municipal de Educação Infantil Ana Pereira de Lima (Ouro Preto). Os alunos da Escola Municipal Bonequinha Preta, de Cachoeira do Campo, também participaram das palestras, em Acuruí. A ação integra o projeto do livro Histórias, Memórias e Mistérios da Rota Turística Jaguara, patrocinado pelo Grupo Avante por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com gestão da Holofote Cultural e realização do Ministério da Cultura, Governo Federal.

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As palestras e oficinas, ministradas pelo próprio autor do livro, o escritor Victor Stutz, reafirmam o compromisso do projeto com a democratização do acesso à literatura, à cultura e à educação patrimonial. As atividades oferecidas também envolveram professores e arte-educadores, que foram incentivados a desenvolver novas propostas pedagógicas relacionadas à literatura, à tradição oral e ao patrimônio, valorizando diferentes expressões com foco na cultura, nas tradições e na identidade do local. As palestras também buscaram despertar o interesse pela leitura e estimular nos estudantes o gosto pela escrita, fazendo uso de histórias do próprio território.

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Em três sessões, com uma hora de duração cada, Victor compartilhou com os participantes o processo de criação de sua obra e destacou o papel da tradição oral como ferramenta essencial para a preservação da memória coletiva. As crianças foram convidadas a refletir sobre suas vivências e relembrar relatos familiares, lendas, causos e narrativas da região. O evento contou com intérprete de Libras, apostila em braille e monitor especializado no atendimento a pessoas com deficiência, garantindo acessibilidade plena e participação de todos.

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Segundo Gilson Martins, coordenador e diretor da Holofote Cultural, essa ação educativa integra as contrapartidas sociais do projeto e fortalece o papel da literatura como instrumento de transformação, pertencimento e valorização da cultura regional. “As palestras reforçam o compromisso do projeto em promover o turismo cultural, o fortalecimento da identidade territorial e a valorização das comunidades que compõem a Rota Turística Jaguara, um patrimônio vivo de histórias, paisagens e tradições mineiras.”

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Para Victor Stutz, o interesse e o entusiasmo demonstrados comprovam que as crianças se envolvem mais quando reconhecem personagens e situações que fazem parte de suas próprias vivências. “Especialmente quando o conteúdo é apresentado de forma leve e lúdica, pois aprender brincando sempre abre caminhos mais sensíveis para a imaginação e para o conhecimento”, afirma o autor.

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“Eu acho muito importante essa ação de hoje, porque as nossas crianças tiveram acesso a uma história passada de geração em geração, para que não se percam as coisas que acontecem no mundo. É uma forma de manter o vínculo com a história local e familiar, transmitida dos pais para os filhos. Registrar isso em livros é muito importante para não deixar tudo isso morrer”, afirma Susana Alcântara, diretora da Escola Municipal Ana Pereira de Lima, localizada na comunidade de Maracujá.

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Coincidentemente, a professora Shirley Dias, da Escola do Acuruí, já estava trabalhando os mesmos temas propostos pela palestra-oficina com seus alunos. “Eu estava passando o conteúdo da nossa aula e o Victor chegou para abrilhantar ainda mais com esse trabalho. É um resgate da cultura popular de forma oral e escrita, para que não se perca ao longo dos anos.”

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Já Marcia Augusta, professora da escola de Rio Acima, comenta que é essencial manter esses registros do lugar para que fiquem para os que chegam, especialmente os turistas. “Isso é muito relevante, conhecer um pouco do lugar. Como aqui é zona rural, os alunos não têm muito convívio com o teatro e a arte, então vocês trazendo até aqui facilita, e vai despertando neles essa curiosidade e esse amor pelo lugar, que é essa imensidão de meio ambiente.”