Prosear na Casa da Ópera resgata a memória de grandes grupos e antigos festivais
Encontro marcou a estreia da Mundaréu como produtora cultural e a parceria com o Instituto Rococó
Revista Mundaréu, 23 de julho de 2025

Imagem: Rede social Prefeitura de Ouro Preto
Realizado pela Prefeitura de Ouro Preto, o Prosear teve sua primeira edição na noite desta terça-feira (22), na Casa da Ópera – Teatro Municipal de Ouro Preto. A roda de conversa reuniu a atriz Lydia Del Picchia, do Grupo Galpão, e o diretor Fernando Castro, da Corpo Escola de Dança, com mediação do escritor e jornalista Victor Stutz. Convidado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, o Prosear integrou a programação oficial do Festival de Inverno de 2025 por dialogar diretamente com o tema da edição: “Entre Minas e Memória, Ouro Preto vive: uma celebração da cultura popular”.
O evento marcou também a estreia da Revista Mundaréu como produtora cultural, por meio da Mundaréu Comunicação, Produção e Arte, e lançou a parceria com o Instituto Rococó, organização da sociedade civil sediada em Ouro Preto. O Prosear contou ainda com o apoio da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), da Fundação de Artes e Ofícios de Ouro Preto (FAOP) e da Pousada dos Ofícios.
Durante a conversa, Lydia e Fernando revisitaram episódios de formação artística e destacaram figuras marcantes em suas trajetórias, como a coreógrafa Marilene Martins, tia de Lydia e precursora da dança moderna em Belo Horizonte. O público, formado majoritariamente por estudantes e profissionais das artes cênicas, especialmente da Ufop, participou ativamente do debate sobre políticas culturais, leis de incentivo, formação de grupos e os desafios para a permanência dos coletivos artísticos no país.
Também foram relembradas histórias dos antigos festivais de inverno realizados em cidades como Ouro Preto e Diamantina, que contribuíram para o surgimento de grupos fundamentais da cena cultural mineira e nacional, como Uakti, Giramundo, Grupo Corpo e o próprio Galpão.
Fernando Castro compartilhou bastidores da criação do primeiro espetáculo do Grupo Corpo, Maria Maria, de 1975. A montagem nasceu no Festival de Inverno de Ouro Preto, a partir do encontro entre os bailarinos que fundaram o grupo e o coreógrafo argentino Oscar Araiz. A trilha original foi composta por Milton Nascimento, indicado pelo letrista Fernando Brant, logo após o lançamento do disco Clube da Esquina, em 1972. O cruzamento entre a dança e a música mineira consolidou duas trajetórias que seguem paralelas há cinco décadas.
Sobre o Prosear
Criado originalmente em 2005, o Prosear surgiu a partir de uma conversa promovida por Victor Stutz com artistas e realizadores do filme Sonhos e Desejos, gravado em Ouro Preto. A proposta do programa é aproximar os moradores da cidade das produções culturais que circulam por seu território — especialmente daquelas que têm Ouro Preto como inspiração ou cenário. Ao retornar à cena neste Festival de Inverno, o Prosear reforça seu propósito de estreitar laços entre arte e comunidade, ampliando o alcance das experiências culturais na região.

Foto: Ane Souz

Foto: Ane Souz