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O doce dia de Cosme e Damião, por ​Têko (Wirley) Reis
Revista Mundaréu, 28 de setembro de 2025

Teko prepara guloseimas na Festa de Cosme e Damião

Vinte e sete de setembro é um dia que me traz nostalgia e cheiro de infância. Dia de São Cosme e Damião. Lembro tanto da minha infância, quando minha mãe ajudava sua madrinha Maria da Bromildes a fazer os doces de pedaço na antiga casa da dona Benedita do Amarante.

Tantas pessoas se uniam em torno do feitio do doce de mamão, doce de leite, doce de abóbora, todos eles cortadinhos em pedaços para adoçar as crianças no dia da festa de Cosme e Damião. E os doces feitos em mutirão na casa de dona Benedita eram todos entregues para Dondoca.

Subíamos então o morro do Alto do Cemitério e, atrás do morro, acontecia aquela grande festa na casa da Dondoca. Tapetes de bala, saquinhos de doces de pedaço, almoço, a festa acontecia o dia inteiro, era bala para todo lado. Balas, pirulitos, inúmeras guloseimas para alegrar as crianças e comemorar a tradição da festa de Cosme e Damião. Ao final do dia 27, um grupo de músicos liderados por Dondoca desfilava por toda a cidade, subia o alto do Rosário e atravessava a rua São José a cantarolar. Músicos com sanfona, pandeiros e vários cantores.

Recordo da minha infância as seguintes músicas:

 

Corre, corre, lambretinha, pela estrada além.

Corre, corre, lambretinha, quero ver meu bem.

Cosme e Damião, Crispim*, é o santo da nossa devoção.

São Cosme e Damião,

Crispim, ele vem pra nos saldar

Eu era pequeno, mamãe me dizia: fazei uma prece ao santinho

Salve vinte e sete de setembro, Cosme e Damião, Crispim!

 

E as balas choviam do som!

Têko (Wirley Reis)

Wirley Reis – Têko

Amante da arte, da cultura e do turismo.
Foi prefeito de Itapecerica nos mandatos de 2017 a 2020 e de 2021 a 2024.
Hoje é presidente da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop).

* No catolicismo, Cosme e Damião são lembrados como irmãos médicos e mártires, exemplos de generosidade e fé, tornando-se padroeiros das crianças. Já Crispim, junto de São Crispiniano, é cultuado como padroeiro dos sapateiros, igualmente símbolo de devoção e caridade. Na Umbanda e no espiritismo, Cosme, Damião e Crispim se manifestam como Erês ligados aos Ibejis, representando alegria, pureza, proteção às crianças, equilíbrio e cura, sempre com a leveza brincalhona da infância e a sabedoria espiritual que os acompanha.

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